Moradora da favela de Blikkiesdorp, na Cidade do Cabo

Moradora da favela de Blikkiesdorp, na Cidade do Cabo

Removidos para aperiferia da Cidade do Cabo, ex-moradores pobres do centro reclamamde vida em‘campode concentração’

FÁBIO ZANINI
ENVIADO ESPECIAL À CIDADE DO CABO

A 30 km do novíssimo estádio Green Point, o assentamento improvisado de Blikkiesdorp está separado da Cidade do Cabo pela enorme pista do também novíssimo aeroportolocal.

Parece feito sob medida para não ser visto pelos milhares de torcedores que rumarão direto do terminal de desembarque para asmuitas atrações da cidade mais turísticadopaísdaCopa.

Para seus 3.000 residentes, a Copa do Mundo é uma maldição. Por causa dela, dizem, foram removidos das áreas centrais da cidade e jogados no que chamam de “depósito de gente”, ou “campodeconcentração”. O local é cercado por grades.

Os moradores vivem em barracos de zinco de 18 m2, em que o forro do teto é feito de plástico-bolha e o piso é umadesivoimitandolajotas. As paredes, de tão finas,podem ser cortadas por tesouras e oferecem proteção mínima contra o frio a chuva.

Noverão,olugarqueima. “Me disseram que eu iria para um abrigo temporário. Estou qui até hoje ”, diz Andrew Maqoyie, 33, que era morador de rua na região do stádio. Ele foi retirado de lá em2007, quando a arena começouaserconstruída.